Graças à inexorável revolução tecnológica, algoritmos, inteligência artificial, máquinas e robôs serão mais rápidos e precisos que os seres humanos. Por mais assustador que seja, temos que admitir que a maior parte do trabalho manual e repetitivo será substituído por máquinas superinteligentes. Perante essa realidade, a ênfase que se está a dar às competências técnicas deve dar espaço e privilegiar a inteligência geral, que se baseia no paradigma da complexidade.

Estudo realizado pela Universidade de Harvard destaca que nosso desempenho na vida implica utilizar apenas 25% da área técnica, sendo os restantes 75% das competências gerais relacionadas às habilidades emocionais e sociais.

Dessa forma, há uma forte indicação de que devemos preparar nossos filhos para enfrentar as mudanças, incentivando-os a aprender coisas novas. O equilíbrio mental será a força possível para enfrentar essas novas realidades.

O avanço tecnológico não pode nos privar de nossos espaços de tomada de decisão. Não podemos abdicar do poder de decisão. Somos chamados a ouvir a voz que vem de dentro e a saber escolher a partir das nossas próprias convicções. O desafio é filtrar, purificar, e não sucumbir aos apelos da publicidade. Devemos aprender a ouvir nossos corações, caso contrário, estaremos à mercê dos interesses subordinados de toda a natureza e dos comerciantes.

Como diz Yuval Harari, “nunca foi tão essencial levar a sério o conselho mais antigo do mundo ocidental: ‘conheça a si mesmo … e saia do pesado fardo das ilusões’.”. Essa é uma tarefa para a inteligência geral.